Comitiva da UFPE integrada por gestores, docentes e técnicos da UFPE, liderada pelo reitor Alfredo Gomes e pelo vice Moacyr Araújo, esteve em Sertânia, no Sertão do Estado, nesta semana, nos dias 26 e 27, para eventos relacionados à instalação do novo Centro Acadêmico do Sertão da Universidade naquele município. Além de reuniões com equipe da Prefeitura Municipal de Sertânia, sobre os cursos que serão implantados no novo centro, houve visita ao prédio que vai sediar, provisoriamente, a UFPE no município. O último compromisso foi o lançamento da pedra fundamental pelo reitor Alfredo Gomes, pelo vice-reitor Moacyr Araújo e pelo prefeito Ângelo Ferreira, em terreno às margens da rodovia PE-280, onde será instalado o centro. Para o reitor, essa iniciativa demonstra não apenas a expansão do Ensino Superior no interior do Estado, mas também o compromisso com o desenvolvimento econômico, social e ambiental da região.

Fotos: Widma Sandrelly

Reitor, vice-reitor e prefeito, no lançamento da pedra fundamental

Há dois anos, a UFPE instalou o Núcleo de Extensão e Cultura do Sertão do Moxotó, Ipanema e Pajeú (Nemip) em Sertânia, ofertando cursos de Extensão e Cultura direcionados para a qualificação profissional de jovens e adultos em temas diversos que dialogam com a cultura, tecnologia, ciência e sustentabilidade ambiental e atividades de Educação Continuada para gestores e professores de escolas municipais. O Nemip surgiu a partir de atividades desenvolvidas pelo Grupo Esperançar, formado por professores das áreas de Ciências Humanas e de Engenharia, que se envolveram em discussões locais na região após as obras da Transposição do Rio São Francisco, com foco no uso sustentável das águas, em questões ambientais e econômicas, articulados com professores da rede estadual e municipal de ensino.

Reunião sobre novos cursos debate necessidades da região 

CURSOS DE GRADUAÇÃO - No primeiro dia da visita, a comitiva da UFPE esteve reunida com gestores municipais para deliberar sobre os cursos que serão implementados no novo campus, de acordo com as principais necessidades do município e da região. Inicialmente, serão ofertados os cursos de Administração Pública, História - licenciatura, Engenharia de Recursos Hídricos e do Meio Ambiente, Engenharia de Energias Renováveis, Medicina Veterinária e Medicina. A previsão é de que as aulas comecem no segundo semestre letivo de 2025. Os cursos não foram escolhidos por acaso; cada um deles responde às necessidades específicas do Sertão, oferecendo formação qualificada e criando oportunidades que impactarão diretamente o mercado de trabalho e o desenvolvimento sustentável da região.

Nesta reunião, com a participação de professores que integram a Comissão de Estruturação dos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC) do Campus do Sertão, criada pela UFPE, foram apresentados desafios na área da saúde e necessidade de contratação de profissionais, além do potencial regional em recursos hídricos e energias renováveis. O debate incluiu a relevância da formação humanística e a integração com a comunidade, culminando em um compromisso para a realização de futuras reuniões e visitas técnicas para garantir uma implementação efetiva e adaptada à realidade da região. Ações específicas foram designadas para diferentes participantes, incluindo a organização de visitas técnicas e a adaptação dos projetos pedagógicos. 

Visita ao prédio que receberá os primeiros cursos, provisoriamente

PEDRA FUNDAMENTAL - Na quarta-feira (27), o reitor Alfredo Gomes, o vice-reitor Moacyr Araújo e a equipe da UFPE, o prefeito Ângelo Ferreira e gestores municipais visitaram o prédio onde o Centro Acadêmico do Sertão funcionará provisoriamente, cedido pela prefeitura. Já no terreno definitivo, às margens da rodovia PE-280, foi realizado o lançamento da pedra fundamental, marcado historicamente pelo plantio de um jequitibá.

Na cerimônia, Alfredo Gomes destacou que, além da oferta de cursos voltados para demandas locais, o papel da UFPE em Sertânia transcende o âmbito educacional. “A construção do campus definitivo às margens da rodovia PE-280 será acompanhada de um investimento em infraestrutura, geração de empregos e valorização do potencial humano local”, enfatizou ele.

O reitor destacou que “a UFPE se posiciona como um polo de pesquisa e inovação, capaz de propor soluções práticas para problemas estruturais que ainda afetam a distribuição e o uso sustentável da água”. Para ele, que é sertanejo do município de Ouricuri, a Transposição do Rio São Francisco, embora tenha representado uma promessa de redenção hídrica para o Nordeste, enfrenta obstáculos graves, como a distribuição desigual da água, falta de infraestrutura adequada e altos custos de operação. “Pequenos agricultores e comunidades vulneráveis muitas vezes ficam à margem dos benefícios, enquanto grandes produtores concentram os recursos. A universidade, através de sua equipe técnica e acadêmica, pode liderar estudos sobre a governança eficiente da água, propor modelos sustentáveis de manejo e estimular parcerias entre governos e comunidades locais”, afirmou o gestor da UFPE.

Equipe da UFPE, formada por gestores, docentes e técnicos

Integraram a comitiva pró-reitores, superintendentes, docentes de diversas áreas, gestores e técnicos envolvidos no planejamento e na execução das ações de implantação da infraestrutura física e dos projetos político-pedagógicos dos cursos de graduação a serem implantados no novo centro acadêmico da Universidade.